jueves, 26 de junio de 2008

Havelange y los mundiales irregulares (Rodrigo Bueno)

Estimados lectores, siguiendo con los recordatorios de los 30 años de la final del Mundial 1978, aprovecho para publicar esta excelente entrevista ealizada por el colega Rodrigo Bueno, del diario "Folha de Sao Paulo" con el ex presidente de la FIFA, Joao Havelange, hoy de 92 años de edad.


FOLHA -Qual é seu maior orgulho?
JOÃO HAVELANGE - Dar ao Brasila Copa de 58, que a era o quemais o povo do Brasil desejava.Perdemos em 30, 34, 38, 50 e54. Ganhamos em 58 e 62, perdiem 66, não me ausentei, e ga­nhamos a de 70. Em 74, fui elei­to [Fifa]. Era demais ser eleito eganhar a Copa, cortaram-metodo o capim embaixo dos pés.
FOLHA - O Brasil foi prejudicado na Copa-74? Houve armação na Copa?
HAVELANGE - Em 66, o Brasil ti­nha praticamente o mesmo ti­me de 62. Quem era o presiden­te da Fifa? Sir Stanley Rous, in­glês. Onde era a Copa? Inglater­ra. Nos meus três jogos, comPortugal, Hungria e Bulgária,tinham 3 árbitros e 6 bandeiri­nhas. Sete eram ingleses e doisalemães. Acha que foi para quê?Acabar com meu time. Acaba­ram. Pelé foi machucado. Emuma homenagem depois, esta­va Stanley Rous. Me estendeu amão e não o cumprimentei. Eledisse "o que você tem?". Eu dis­se "faça um exame de consciên­cia, você tem a resposta". A Ale­manha jogou com o Uruguai, eo árbitro era inglês. A Argenti­na jogou com a Inglaterra, e oárbitro era alemão. Qual foi a fi­nal? Inglaterra e Alemanha.Por que só tinha árbitro alemãoe inglês nos meus jogos? Em 74,na Alemanha, também. O se­nhor não acha estranho? E tepergunto: a Inglaterra voltou aser campeã ou ganhou algumacoisa? Não, então pronto.
FOLHA - O senhor afirma mesmo então que houve interferências a fa­vor dos times da casa em 1966 e 74?
HAVELANGE -Exatamente.
FOLHA -Nos títulos que perdeu...
HAVELANGE -Fui à Alemanha[1974], acabava de ser eleito[Fifa], faço um jogo Holanda xBrasil. A Holanda vinha comproblema de petróleo, sem pe­tróleo porque tinha subidomuito, e andavam de bicicleta.Nunca me esqueço. Quem ti­nha ido regularizar essa situa­ção foi o [Henry] Kissinger [di­plomata americano de grandeatuação nos anos 60 e 70]. Elechegou ao estádio para ver Bra­sil x Holanda, e o Stanley Rousme botou o [árbitro Kurt]Tschenscher, da Alemanha,que já tinha 50 anos e apitou oúltimo jogo da carreira. E mejogou para córner. Perdi de 2 a0. Suspenderam meu central[Luis Pereira, expulso contra aHolanda] para a disputa de ter­ceiro com a Polônia. Puseramum árbitro [Aurelio Angonese,da Itália], um jogador meu pe­gou a bola no meio, foi agarradona camisa quando entrava naárea para fazer o gol. Apitou, feza barreira e perdi de 1 a 0.
FOLHA - E em 1978, a Copa na Ar­gentina do presidente Videla? Hou­ve armação nesse Mundial?
HAVELANGE -Nada disso. Se vo­cê veio tratar de política, nãoaceito. Quando cheguei à Fifa,quem decidiu que a Copa ia serna Argentina não fui eu nem oComitê Executivo. Foi o Con­gresso [da Fifa], e você não po­de mudar uma decisão do Con­gresso. Pode falar o que quiser.Eu só apertei o governo ante­rior, que era da senhora do Pe­rón [Isabelita]. Fui a ela, depoisela caiu. Faltavam dois anos pa­ra a Copa. Fui ver o presidenteVidela, não o conhecia. Ele medisse: "Senhor Havelange, nãovou lhe dar a melhor Copa, masvou lhe dar uma das melhores,pode estar certo". E fez tudo.
FOLHA - O senhor era conhecido de Paulo Paranaguá [cujo filho homô­nimo acabou preso na Argentina co­mo um militante de esquerda]?
HAVELANGE - Sim, muito, elefaleceu. A senhora dele ainda éviva, era filha do ex-presidentedo Fluminense Antônio Leite.Ele [Paulo pai] foi embaixadorno Kuait. Eles tinham um filhoque se meteu naquela questãode revolução na Argentina. OAntônio Leite, pai da Glorinha,chegou ao meu escritório e dis­se: "O meu neto foi preso na Ar­gentina, a Glorinha já foi lá nãosei quantas vezes e não conse­gue falar com ele, ela está commedo". Eu disse: "Faço futebol,sou administrador de uma en­tidade, não sou político". Ele:"O senhor faz isso para mim. Émeu neto. E começou a cho­rar". Isso me doeu muito, e dis­se: "Estou saindo para o Orien­te. Quando voltar, em vez de virao Brasil, desço em Lima e voua Buenos Aires". Assim fiz.
FOLHA - E aí negociou a libertação do Paulo [como diz Pablo Llonto, au­tor do livro "A Vergonha de Todos", sobre a Copa de 1978]?
HAVELANGE -Cheguei e pedi au­diência com o presidente Vide­la. Expliquei a ele e disse: "Se osenhor acha que estou me in­trometendo, ponha-me parafora, não me atenda, e eu o res­peitarei da mesma maneira".Chamou o general Viola por te­lefone e disse: "O doutor Have­lange vai aí lhe falar e veja tudoo que pode fazer". Saí do gabi­nete e fui ao general Viola, déci­mo andar. O general me abre aporta do elevador. Entrei e faleido que se tratava. Chamou o co­ronel. "Verifica o caso desse ra­paz e me ponha a par." E assimo fez. Era novembro, e disse aoAntônio Leite o que tinha feito.A Glorinha pensava que o filhojá estava... No princípio de ja­neiro, saí de Concorde para Pa­ris. Quando ia fechar a porta doavião, entrou um sujeito da Po­lícia Federal e me disse: "Dou­tor Havelange, acabaram de te­lefonar de Buenos Aires. Man­daram avisar que a pessoa que osenhor pediu já está em BuenosAires e amanhã já estará em umavião da Air France, como o se­nhor determinou, a destino deParis. Esse rapaz vive hoje emParis, é o filho de Paranaguá.
FOLHA -Não foi estranha a golea­da de 6 a 0 da Argentina em 1978?
HAVELANGE -Não tenho nada aver, mas dias antes o Brasil jo­gou com o Peru. Fui ao vestiá­rio e disse que precisava ganharde muito para ter saldo de gols.Ficaram o tempo passando abola: 3 a 0. E não se esqueça: otime do Peru estava na terceiraCopa, todos tinham mais de 30anos. Não faziam tecnicamenteum jogo bonito, e eficiência físi­ca nenhuma. Quando o Brasiljogou com a Argentina, fui aovestiário e disse que precisáva­mos ganhar o jogo para sermoscampeões. Disseram-me queiam jogar pelo empate. Lem­bre-se de que o Rivellino nãoentrou em campo. Empatamos.O Peru jogou e, se o senhor vir ofilme do jogo, com dez minutosbotou uma na trave. Se entra,tinha ganho de 10 a 0. O time doPeru não tinha perna para jo­gar. Todo mundo agora só falaem política, nisso e naquilo, enão é nada disso. A Argentinatinha um bom time, ganhou daHolanda, e vou lhe dizer mais: aHolanda se portou muito malnaquela Copa. Era a minha pri­meira na presidência, e a Fifafazia um jantar onde entregavaprêmios aos quatro times fina­listas. Houve o banquete e, às21h, cheguei com minha senho­ra. O presidente já estava lá,22h, 22h30, e nada da Holandachegar. Estavam lá o time doBrasil, da Itália, da Argentina, ea Holanda chegou às 23h, o ti­me de macacão. Disse ao presi­dente: "Se o senhor quiser, nãohaverá jantar, o senhor pode selevantar que sairei com a mi­nha senhora". Ele: "Não, eu es­pero até o final". Nunca maishouve jantar na minha admi­nistração. Time que ganhavasubia na tribuna, eu dava a me­dalha e ia embora. Não vou acampo, você nunca sabe a rea­ção do público. Na tribuna, nin­guém mexe com você.
FOLHA - O senhor está bastante envolvido na campanha do Rio para ter a Olimpíada-2016, não?
HAVELANGE -Não estou envol­vido, é que sou membro doCOI, decano. Estou lá por elei­ção há 45 anos. E naturalmenteme dou com a maioria dosmembros, são 115. Mudou mui­ta gente, mas ainda tenho umapenetração e espero trabalharpelo Rio, que pode trazer os Jo­gos para o Brasil. Estarei feliz seisso acontecer e, se Deus meder a vida no dia dos Jogos, te­rei exatamente cem anos.
FOLHA - Acha que sua influência pesará a favor do Rio?
HAVELANGE -É mais difícil. Pri­meiro, tem país da Europa [Es­panha/Madri], da Ásia [Japão/Tóquio] e do continente ameri­cano [EUA/Chicago]. Manda­rei carta aos 115 [membros].Tenho todos os votos dos ára­bes, são meus amigos, da África,alguns da Ásia e da Europa. Va­mos ver o que posso fazer.
FOLHA - E a Copa-2014 no Brasil? O país pode fazer uma boa Copa?
HAVELANGE -Sem dúvida, e vaifazer. O Ricardo [Teixeira, pre­sidente do comitê organizadorda Copa-2014] vai fazer algo deformidável. Escolheu comopresidente do conselho admi­nistrador o Carlos Langoni, quefoi presidente do Banco Cen­tral, sujeito inteligente. Já temfirmas nos EUA que devem es­tar interessadas. Pode ter cer­teza de que vamos ter uma Co­pa excepcional. Hoje [segunda]estive com o presidente [LuizInácio Lula da Silva], e ele medisse: "Tudo o que for possível,nós vamos fazer. Vamos revertodos os aeroportos, tudo o quefor necessário para que a Copaseja um primor. E os Jogostambém, se os recebermos".
FOLHA - O que acha da administra­ção de Blatter, seu sucessor na Fifa?
HAVELANGE - Ele deu continui­dade. Como tem recursos, tam­bém fez projetos. Fez o Goal.Em todas as federações, fezuma sede e um campo. Quemnão precisava, ganhou outracoisa. E fez outras coisas fan­tásticas. Fiz meu presidente. O[Lennart] Johansson [ex-presi­dente da Uefa] não gostou. Foieleito, reeleito e será reeleitoaté 2015. Aí terá 80 anos e, senão quiser mais, disse a ele:"Difícil na vida não é chegar, ésaber sair. Tem que sair bem".
FOLHA -O que acha de a Fifa ser presidida por um ex-jogador, como Beckenbauer ou Platini?
HAVELANGE - Se for, primeirovai ser presidida pelo Ricardo[Teixeira, presidente da CBF].Depois, vai ser o Platini. Já nãoestarei vivo. Ele é excepcional,é inteligente, tive admiraçãopor esse rapaz na Copa de 98.

Il poster della vergogna (Por Andrea Schianchi)

Estimados lectores:

Me place reproducir, con su acuerdo, un texto al que dudaría en llamarlo "ficción", en todo caso, sería una especie de ficción "real", del distinguido colega Andrea Schianchi, de "La Gazzetta dello Sport", de Italia, que me enviara gentilmente.

Il poster della vergogna
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Cominciò tre anni fa.
Prima fece secco Passarella: un colpo preciso al capitano che stava all’estrema sinistra. Gli parve di vederlo balzare all’indietro, la testa all’insù, verso il buio.
Poi mirò a quello sulla destra che si metteva a posto i guanti e lo beccò in faccia: era Fillol, il portiere. Vide il suo sangue zampillare dappertutto e fu felice.
Infine, si concentrò su un piccoletto inginocchiato, dalla fronte alta, gli occhi neri e grandi. Fu più difficile di quanto pensasse, ma ci riuscì. E anche Ardiles si piegò, senza vita, sul campo verde.
Juan Antonio Hernandez, adesso, era un ragazzo soddisfatto. Staccò le freccette dal muro e le ripose nel cestino di vimini accanto al letto: gli era piaciuto giocare con la morte.
Aveva già ventun anni, ma ogni giorno si concedeva almeno dieci minuti per il suo divertimento. Prendeva una vecchia fotografia della nazionale argentina campione del mondo nel 1978, la fissava al muro della camera e dava inizio al massacro.
Juan Antonio aveva pochi giorni quando a Buenos Aires si aprì il mondiale di calcio. Era il 1° di giugno del 1978. Soltanto anni dopo venne a sapere tutta la storia.
La madre di Juan Antonio era comunista con tanto di tessera del partito in tasca. Il padre pure. Una domenica sette uomini abbastanza giovani, senza divisa e dai modi volgari, vennero in casa a prenderli, li caricarono in macchina, li bendarono e li portarono in una cantina. Juan Antonio nacque lì sotto, nel buio e nel freddo.
Poco tempo dopo un signore dai baffetti sottili e dalle mani ben curate, che portava l’uniforme dell’esercito, entrò nella cella della madre di Juan Antonio, la schiaffeggiò e le gridò in faccia che non avrebbe più visto suo figlio.
Il piccolo finì alla famiglia del colonnello Suarez. Lo tirarono su, papà e mamma Suarez, come fosse loro figlio. Non gli fecero mancare nulla: l’asilo a tre anni, poi le scuole elementari e via dicendo.
Abitavano in una bella casa in un quartiere residenziale. C’era la domestica, una signora simpatica che avrà avuto una sessantina d’anni; c’era il portiere del palazzo, un tifoso del Boca, guai a chi gli toccava i suoi idoli e guai a chi lo disturbava il lunedì mentre leggeva i resoconti delle partite della domenica; e c’era anche un altro bambino, Hernan, che abitava al piano di sotto, e Juan Antonio spesso andava a giocare con lui. Avevano più o meno la stessa età, e anche la stessa storia. Hernan era nella casa del colonnello Oviedo.
Il loro divertimento era far correre le macchinine sopra il pavimento del corridoio e sognare di esserci sopra e fuggire lontano.
Juan diceva sempre: «Voglio andare in America e diventare un cowboy». Gli piaceva guardarli nei film e faceva sempre il tifo per loro, mai per gli indiani.
Hernan, invece, immaginava di scappare in Europa, in Italia aggiungeva. Una volta aveva visto la foto del nonno materno, un volto simpatico, con un bel paio di baffi a incorniciare il sorriso, e gli avevano raccontato che era nato a Palermo, che laggiù faceva sempre caldo, che l’aria profumava di limoni e che un giorno o l’altro lui avrebbe visto la città del nonno.
«Io vado a Palermo» ripeteva Hernan.
Juan Antonio aveva anche due fratelli: Mario e Simon. Erano di poco più vecchi di lui. Non li sopportava. A quindici anni sembravano dei lord inglesi: sempre vestiti in modo impeccabile, in giacca e cravatta. Non si erano mai sdraiati con lui in mezzo al corridoio e non avevano mai fatto correre le macchinine. Lui li disprezzava e loro disprezzavano lui. Forse, con quel comportamento altezzoso e irritante, gli volevano rimproverare il fatto di essere lì, nella loro casa, con la loro famiglia.
Un giorno Juan Antonio incontrò la verità.
Fu un caso.
Era rientrato in anticipo da scuola, aveva aperto la porta di casa senza far rumore e non aveva salutato come era solito fare. Papà e mamma erano sul divano a guardare la televisione. Non si accorsero del suo ingresso.
La televisione trasmetteva le immagini di una protesta delle donne di Plaza de Mayo.
«Guardale – disse la signora Suarez a suo marito – Quelle adesso rivorrebbero i nostri figli, quelli che noi abbiamo cresciuto, educato, mandato a studiare. Capisci, Julio?».
«Non ce li porteranno via, Clara. Sta’ tranquilla!».
Parlavano come due possidenti terrieri cui i contadini minacciavano di sottrarre il raccolto.
Juan Antonio ascoltò tutta la conversazione, con gli occhi sbarrati e ben attento a non farsi notare: per questo si era nascosto dietro la parete della cucina, lì non si sarebbero mai accorti di lui. Gli venne da piangere, da strillare, da picchiare quei due bastardi che fino ad allora erano stati i suoi genitori. Però non si mosse da dov’era.
La sera, mentre il resto della famiglia si preparava alla cena, lui infilò mutande, calzini e qualche camicia dentro un sacco di plastica e scappò.
Aveva diciassette anni, e la partita decise di giocarsela da solo.
Dopo mesi di ricerche trovò la nonna che aveva formato un «comitato di resistenza»: quelle donne lottavano per riavere almeno i loro nipoti, dato che i figli erano spariti in qualche fossa comune. I militari del generale Videla non conoscevano pietà: prima gli interrogatori e le scariche elettriche se non parlavi, poi la morte.
Juan Antonio diventò investigatore. Scoprì che la madre e il padre non avevano retto alle torture, i loro corpi erano stati buttati in mare. L’unica cosa che restava era la data: 25 giugno 1978.
Quel giorno, a Buenos Aires, l’Argentina vinse il mondiale di calcio battendo in finale l’Olanda: il generale Videla consegnò la coppa nelle mani di Passarella, che era il capitano, e la folla ebbe i loro eroi. A trecento metri dallo stadio Monumental, dove si svolgeva la festa, un gruppo di dieci ragazzi, donne e uomini, veniva giustiziato a colpi di rivoltella sulla nuca. Ma nessuno, nel frastuono generale, poté udire quegli spari.
Dimenticati per sempre.
Ormai stanco di divertirsi da solo con le freccette, Juan Antonio Hernandez prese la decisione: avrebbe portato la sua rabbia nelle strade di Buenos Aires, avrebbe mostrato a tutta la città chi erano gli assassini e chi erano quelli che non avevano parlato, dunque complici, dunque colpevoli pure loro.
Fece ingrandire le fotografie degli undici campioni del mondo e dell’allenatore Luis Cesar Menotti, ne ricavò dei poster e li fece stampare su fogli leggeri: un metro di lunghezza e sessanta centimetri di larghezza. Di notte li andava ad appiccicare ai muri della città: uno in una strada trafficata, uno in un vicolo, uno in una piazza. C’era una logica precisa: li sistemava a seconda dell’importanza del personaggio. Sotto a ogni fotografia, con un pennarello rosso, scriveva: «Assassino». E firmava: il figlio di Maria e Alberto Hernandez, uccisi il 25 giugno 1978.
Riuscì a fare undici colpi senza essere scoperto.
Il dodicesimo tentativo fu una sorpresa.
Juan Antonio, intorno alle due di notte, si mise in macchina e si diresse verso Plaza de Mayo. Quando arrivò prese l’ultimo poster della collezione e attraversò la strada. Cominciò le operazioni: spalmò la colla sul dorso del foglio, attaccò prima la parte superiore e la stese bene, fece attenzione a evitare ogni piega, il sorriso era perfetto. Poi fissò la parte inferiore e scrisse: «Assassino». Come sempre, firmò.
Quando si girò Juan Antonio ebbe un sussulto: il poster era sceso in terra.
«Hai ragione, ragazzo. Ho sbagliato. Ma non posso più tornare indietro. Nessuno cancellerà la mia colpa e quella dei miei giocatori. E nessuno ti ridarà più i genitori. L’unica consolazione è che il generale Videla è in prigione, che i delitti verranno pagati e che tutto questo non si ripeterà mai più».
«Lo dice lei, signor Menotti, ma io non la penso così. Il pericolo esiste sempre e noi dobbiamo tenere alta la guardia. Per questo io devo far sapere a tutta Buenos Aires che lei e i suoi giocatori siete stati degli assassini. La memoria non si cancella».
«Che cosa potevamo fare in quel momento, con la gente che urlava di gioia e la coppa che aspettava di essere sollevata?».
«Non dovevate ritirarla da quelle mani sporche di sangue, non dovevate. Con il vostro gesto li avete aiutati a sopravvivere e a nascondere i loro crimini. Per un attimo di gloria avete dimenticato la sofferenza, ecco la vostra colpa. Avete fatto come tutti: siete giunti a patti con il potere. Tu mi dai la coppa e io taccio. Questo è stato il baratto. Vigliacchi! Vigliacchi e assassini!».
«E il popolo che guardava? Voleva che quella coppa fosse sollevata, la sentiva sua».
«Se avessero saputo la verità, tutta la verità, forse avrebbero sputato dentro quel trofeo. Ma nessuno gliel’ha mai raccontata, la verità: tutti zitti, voi, impauriti, tutti nel gruppo, ben protetti e attenti a non dare fastidio a chi comandava. Il silenzio è la vergogna e adesso pagate».
Juan Antonio terminò il discorso e si avviò alla macchina.
Il giorno dopo, passando da Plaza de Mayo, vide un gruppo di persone attorno al poster. Si avvicinò. Il volto di Menotti era sorridente, come la sera prima. La scritta «Assassino» nessuno l’aveva cancellata, e nemmeno la firma.
Però c’era qualcosa ancora, più in basso, proprio vicino alla firma. Una mano con un pennarello blu aveva scritto: «Mi vergogno. Perdonatemi».
L’autografo, a Buenos Aires, lo conoscevano tutti: Luis Cesar Menotti.

martes, 24 de junio de 2008

Cuando el fútbol se lo tragó todo (La Jornada, Mendoza)

Pasaron ya treinta años de aquel Mundial 1978 que le tocó organizar a la Argentina, y el ejercicio de la memoria para todos aquellos que hemos vivido en el país en esos días negros nos debe permitir reflexionar desde aquel contexto de muerte y censura que nos envolvía, para comprender que acaso junto a los Juegos Olímpicos de 1936, en el Berlín nazi de Adolf Hitler, fue el mayor intento de manipulación social que se conozca a partir de un hecho deportivo.

La dictadura militar que asoló al país entre 1976 y 1983, desde el mismo 24 de marzo del nefasto golpe al gobierno de María Estela Martínez de Perón, supo desde el primer instante que el fútbol ocuparía un lugar fundamental en el devenir de los años con su poder, porque su manipulación la ayudaría a perdurar y para poder cometer la masacre más grande que se recuerde entre argentinos, con un saldo de 30.000 desaparecidos, y 42.000 millones de dólares de una deuda externa que cuando asumió, apenas si estaba en los 8000.

Así fue que en medio de las marchas militares en la cadena nacional, se pudo ver el partido amistoso que la selección argentina jugaría en Chorzow, Polonia, ante el equipo local, por el Canal 7, o que también la primera reunión militar tuvo un duro debate entre la Marina y el Ejército para determinar cuál de las fuerzas se quedaría con el fútbol.

Al cabo, la Marina consolidaría su poder, quedándose con el correr de los meses con el Ente Autárquico Mundial 78 (EAM 78), una vez que fuera asesinado el general (elegido en tiempos democráticos) Omar Actis, cuando el dictador Jorge Rafael Videla intentó desviar como un crimen cometido por los Montoneros cuando está comprobado que fue un hecho provocado por la interna de ambas fuerzas armadas. En el libro que lleva como sugestivo título “Almirante Lacoste, ¿quién mató al general Actis?”, Eugenio Méndez demuestra cómo el procedimiento de ese asesinato no tenía ninguna relación con la guerrilla urbana.

A partir de ese momento, y ya con el ex contraalmirante Lacoste en el poder del EAM 78 como vicepresidente detrás del general Antonio Merlo, comenzó a fraguarse lo más duro de la organización del Mundial 78, y hasta varios testigos indican que la nueva conducción de la AFA, con Alfredo Cantilo como mandatario, fue “sugerida” a punta de pistola, y con todos los dirigentes levantando la mano sin chistar.

Ese Mundial se jugó con tantas irregularidades deportivas y políticas, que este artículo no alcanzaría a contar ni si tuviera el espacio de todo el periódico de hoy, pero de sólo pensar que a escasas cuadras del estadio Monumental, en el que los hinchas argentinos festejaban cada gol de la selección de César Luis Menotti, se torturaba gente en la Escuela Mecánica de la Armada (ESMA) ya eso solo significaba un escándalo internacional, aunque todo estuvo tapado por la censura mediática y los argentinos no tuvieron acceso a la información veraz de lo que ocurría, aunque en el exterior tanto argentinos como extranjeros intentaron organizar distintas acciones que en el país fueron tachadas de “campaña antiargentina”.
Desde jugadores de importantes seleccionados que se negaron a venir al país y los que intentaron acercarse a las Madres de Plaza de Mayo (como el arquero sueco Hellstrom), desde recomendaciones de embajadas en la Argentina para que periodistas de muchos países no asistieran, hasta aquellos cronistas que tenían que escribir sus notas en códigos (por ejemplo, este periodista pudo dialogar en Ámsterdam con un enviado al Mundial que justamente trabajó en Mendoza y que para pasar la censura colocaba nombres de jugadores holandeses para referirse a Videla, Massera, Agosti o Lacoste), hasta rumores de doping y de partidos arreglados, y hasta un atentado en la casa de Juan Alemann, economista conservador, pero crítico de la organización del Mundial, justo con el cuarto gol de Argentina a Perú, todo fue irregular, y todo da para seguir intentando investigar los hechos, no dejarlos pasar.

La aparición de un nuevo libro en Colombia (“El hijo del ajedrecista II”, de Fernando Rodríguez Mondragón), que revela cómo se habría comprado el partido ante Perú por parte de miembros del EAM 78 en una reunión en Colombia, el propio ingreso de Videla al vestuario peruano en Rosario antes de ese partido decisivo, son otros condimentos, como el que una vez contó también a este cronista el notable periodista, ya fallecido, José María Suárez, “Walter Clos”. Un día en la esquina de la AFA, Suárez tomaba café con un ex dirigente de San Lorenzo, y al preguntarle con sorna “para cuándo el monumento a los campeones del mundo”, aquél respondió indignado: “ah, si, ¿y a nosotros, qué? ¿o quiénes cambiaban los frasquitos del antidoping?”.

Pero más allá de preguntas sin respuestas en el terreno deportivo, el Mundial 78 y su enorme manipulación sirvió para que la dictadura continuara, para transmitir al exterior imágenes de un país “alegre” y que nada parecía saber ni ocurrir en cuanto a violaciones de Derechos Humanos. Por ese tiempo, según aquel slogan, fuimos derechos y humanos, mientras, desesperados, cientos de miles de familiares buscaban a sus seres queridos, no sólo sin poder encontrarlos, sino que aquellos que debían darles respuestas eran los mismos que se los habían llevado. Como bien caracterizó Eduardo Luis Duhalde, secretario de Derechos Humanos del actual gobierno, se trató del “Estado terrorista argentino”.

Fue cuando la pelota se lo tragó todo, como dice León Gieco en su sabia canción sobre la memoria.

Pasaron 30 años, y más allá de aquella gran final en la que la selección argentina levantó la Copa del Mundo por primera vez, con los asesinos levantando el pulgar en un palco ensangrentado, y a un muy buen equipo que no por eso dejó de desplegar un gran fútbol, quedan muchísimos temas para seguir reflexionando, analizando e investigando, para que todo lo que allí ocurrió no quede impune.

sábado, 21 de junio de 2008

Una Eurocopa ilógica (Yahoo)

Si algún analista del fútbol mundial hubiera tenido que pronosticar una semifinal como la que finalmente tenemos en esta edición de la Eurocopa, jamás hubiera podido advertir ni aproximadamente, la realidad. Apenas España, y por penales, se acerca a los candidatos que aparecían cuando comenzó el torneo, pero en el caso de los otros, Holanda, Portugal y hasta Croacia, han quedado ya en el camino, mientras que los protagonistas son los más ilógicos: Rusia, Turquía y Alemania.

Desde el milagro repetido de los turcos, que ya han levantado tres partidos en desventaja en los últimos minutos (aunque ya en cuartos de final contra Croacia se llegó a un final casi cinematográfico), hasta la gran sorpresa de los rusos, no sólo por los resultados sin su máximo jugador, Pavel Pogrebnyak, y el regreso de Andrei Arshavin, de brillante actuación ante Holanda, sino por su estético juego, de la mano de un gran entrenador como Guus Hiddink, y la demostración de autoridad de Alemania ante Portugal, la Eurocopa, en sus cuartos de final, ha sido una sucesión de hechos inesperados y que le otorgan un plus de interés sobre torneos pasados.

Alemania y Portugal, demostraron, en el primer partidos de cuartos de final, fuerzas desiguales. Los primeros aparecieron con toda su potencia y su experiencia en esta clase de encuentros, ratificando el crecimiento como equipo desde el Mundial de 2006 hasta hoy, mientras que Portugal no pudo salir de su dependencia de dos figuras como Cristiano Ronaldo y Deco, aunque esta vez estuvieron bien controlados por los germanos y otra vez los portugueses terminaron decepcionando cuando se acercó el momento de la definición.

En Alemania crece la figura de dos jugadores en notable ascenso, como Bastian Schweinsteiger (Bayern Munich) y Michael Ballack (Chelsea), desde donde edifica su potente ataque, siempre con Lucas Podolski y alternando entre Mario Gomez y Miroslav Klose. Bastante como para aspirar, con su rica historia y sus tres campeonatos anteriores, a continuar avanzando ante la incógnita que le puede plantear Turquía.

Los turcos tienen un equipo evidentemente más limitado que el de los alemanes, y de hecho, le ha costado mucho avanzar en cada fase, y no por nada estuvo en desventaja en todos los partidos que jugó, desde el inicial, que perdió con claridad ante Portugal por la primera fase, como los otros tres, ante Suiza (perdía 0-1 y lo dio vuelta al final), República Checa (de 0-2 a 3-2) y ahora, en el mayor milagro, ante Croacia (0-1 en el minuto 119 de los 120, empatando al minuto siguiente y ganando por penales), y habrá que ver si hasta el próximo miércoles podrá recuperar a su mayor figura, Nihat, goleador del Villarreal de España, que tuvo que salir en el tiempo suplementario ante los croatas por una lesión.

Más allá de eso, es evidente la mano de un gran entrenador, con experiencia y motivación hacia sus jugadores como Fatih Terim, si bien hay que destacar también la recuperación de un veterano arquero como Rustu Recber, quien comenzara como suplente de Volcán Demirel, pero que debió afrontar los cuartos de final ante la expulsión de éste ante los checos. Turquía ha demostrado tener un gran recambio, terminada casi la generación que le ha dado tantas satisfacciones hasta hace un lustro, especialmente en el juego de su volante Arda Turan, pero la gran prueba de fuego será la del miércoles, cuando tenga enfrente la poderosa máquina alemana, si bien la fortuna y la capacidad de revertir resultados obrará seguramente como un gran factor motivacional, que hace recordar cada vez más a la Grecia de 2004.

Para el jueves, en la otra semifinal, se espera un partido más técnico y con dos equipos que ya se han enfrentado en el grupo inicial, y aunque apenas han pasado quince días, pareciera que hubiera pasado un año por el cambio que especialmente experimentaron los rusos. Este equipo se parece demasiado poco al lento e inexperto del primer partido del grupo D, en Austria, cuando España goleó 4-1 con tres goles de David Villa. En aquel partido, el resultado pareció exagerado, aunque Rusia tuvo más la pelota de lo que pareció, y los latinos sentenciaron en cada ataque, pero jugaron mucho más de contragolpe de lo que suelen hacerlo habitualmente.

De aquella Rusia a ésta, hubo nada menos que dos victorias en el mismo grupo (a Grecia y a Suecia) pero especialmente, la tercera en cuartos de final, más que merecida y evidenciando un bello juego colectivo, ante la a priori principal candidata al título, la Holanda de Marco Van Basten, que poco pudo hacer ante tanta demostración colectiva, y tantas situaciones de gol, perdidas una y otra vez pero generadas por el talento del chiquito Andrei Arshavin, quien no pudo estar ante España por arrastrar una lesión.

España, aún habiendo atravesado por fin la maldición de los cuartos de final de un certamen como una Eurocopa o un Mundial, apenas venciendo por penales a Italia en un cerradísimo partido terminado 0-0, y luego de cosechar los nueve puntos de la fase inicial que le coloca ahora el mote de candidato, no deberá descuidarse ante esta “nueva Rusia”, porque no sólo ha crecido, sino que Guus Hiddink, su meticuloso entrenador holandés, no sólo gusta del buen fútbol sino que conoce como pocos a su rival, luego de haber dirigido al Valencia y al Real Madrid. Van Basten puede dar cuenta de lo que significa que Hiddink conozca al rival. No es para que Luis Aragonés se confíe, con una España que está yendo, al contrario de Rusia, de mayor a menor en el campeonato.

miércoles, 18 de junio de 2008

Eurocopa: Una primera fase que satisfizo por su nivel (Yahoo)

Pasó la primera fase de la Eurocopa y el nivel se presta para ser optimista, con la apreciable aparición de seleccionados que optaron por un juego ofensivo y vistoso, y en las puertas de los cuartos de final, con sus distintos estilos, los equipos de Portugal, Holanda y España aparecen como los más sólidos, pero el continente europeo bien sabe, luego de la experiencia de Grecia en 2004, que siempre hay lugar para alguna sorpresa.

Por fortuna, la primera fase de la Eurocopa nos ha mostrado sistemas tácticos variados, muy ricos para el análisis, y la demostración de que se puede jugar buen fútbol basado en dos atacantes (como España), con un juego más posicional (Holanda), o con la potencia de un delantero, apoyado con un gran mediocampo (Portugal). Todo es válido mientras sirva para construir para llegar al gol.

Portugal aparece como el equipo con mayor riqueza técnica individual, llamado a ratificar y ahondar aquella performance como local en 2004, cuando fue postergado en la final por Grecia, con un Cristiano Ronaldo ya más maduro y convertido sin dudas en el mejor jugador del mundo, y apoyado en volantes dúctiles y algo más retrasados, como Deco, Petit o la sorpresa agradable de Joao Moutinho, y una defensa cuyos integrantes juegan en los mejores equipos del continente.

Sin embargo, el mayor examen del equipo del brasileño Luiz Felipe Scolari lo tendrá en cuartos de final ante una enigmática Alemania, que si bien no termina de consolidarse en el contexto internacional, viene realizando hace ya años un buen trabajo, antes con Jurgen Klinsmann y ahora con su continuador, Joackim Low. Sin figuras descollantes como en su rico pasado, los germanos se apoyan en el intermitente (aunque creciente) talento de Ballack, y la potencia de sus delanteros Lucas Podolski y Miroslav Klose (paradójicamente ambos nacidos en Polonia), y un fútbol dinámico, que le permitió pasar como segundo detrás de Croacia.

Los croatas juegan, acaso el fútbol más sudamericano de los europeos y han dado otra vez la campanada de manos del joven entrenador Slaven Bilis, quien ha basado el andamiaje de su equipo en el juego más técnico de Lucas Modirc o de Niko Kranjcar, aunque deberá sortear ahora a un seleccionado turco que se va pareciendo mucho a lo que fue Grecia en 2004, y aún con mayor potencial.

Turquía, de la mano del experimentado Fatih Terim- quien llegó a dirigir al Milan-, parece ahora dispuesta a revertir cualquier resultado en contra, luego de las épicas remontadas contra Suiza primero, y contra los checos después, ésta última ya con un jugador menos y dos goles abajo a poco del final. Se trata de equipos que crecen tanto anímicamente que luego no tienen límites en su crecida, y que contra Croacia aparece como el partido más parejo e impredecible de todos por la paridad existente, aún con distintos estilos.

España, si bien ha convencido en su juego de toque y posesión de pelota, y con la gran aparición de David Villa como gran goleador, apoyado en el crecimiento internacional de Fernando Torres y de un mediocampo de gran riqueza, especialmente por Xavi e Iniesta, deberá sortear en cuartos de final la sombra de su pasado reciente, cuando siempre aparece como candidato, arrasa en la primera parte de los torneos, pero cuando llegan los fatídicos cuartos de final, detiene su andar, especialmente cuando aparecen en su camino los seleccionados de mayor tradición.

En este caso, sorpresivamente también aparece Italia en su camino. Una Italia recompuesta luego de que Marcello Lippi se alejara tras ganar el Mundial, hace dos años, y dejara su puesto a un joven Roberto Donadoni. Este no pareció encontrar nunca la vuelta al equipo, ya sea en una clasificación que consiguió al final, como en la misma Eurocopa, en la que comenzó con el pie izquierdo con una goleada ante Holanda.

Pero los italianos tienen vasta experiencia en estos torneos, y ya es parte de su lógica comenzar de manera muy floja para ir recuperándose con mayor concentración y hay que destacar que este equipo, con un solo delantero del peso de Luca Toni, juega con líneas mucho más avanzadas que años atrás, incluso durante el Mundial de Alemania 2006, y ha lucido más, estéticamente, que en el pasado y al inicio no había tenido suerte en la definición, pero ya en el último partido de la fase de grupos, ante Francia, se pareció mucho al seguro equipo del pasado.

El duelo entre España e Italia del próximo domingo recuerda mucho al de octavos del Mundial de los rojos ante Francia, cuando llegaban con toda la furia y los galos, apenas arañando el segundo lugar en su grupo, y luego pesó la historia más que el presente. En este caso, si bien Italia juega sin sus dos volantes tradicionales, Gattusso y Pirlo, por suspensiones, seguramente Donadoni optará por la dupla romana (Aquilani-De Rossi), que genera la misma confianza.

Si la goleda ante Holanda fue engañosa, el equipo azul fue creciendo en su rendimiento y si ya estuvo cerca ante Rumania, contra Francia pudo haber ganado por mucha diferencia y con la motivación de haber llegado a cuartos, el panorama cambia radicalmente y se plantea un interesantísimo duelo de estilos. El 4-4-2 de los españoles, con el 4-4-1-1 de los italianos, pero siempre tratándose de dos equipos de ataque y con el antecedente de que España no vence a los italianos desde 1920 en partidos oficiales.

Para completar los cuartos de final, el hasta ahora equipo más dinámico del torneo, Holanda, al que por fin su ex gran goleador Marco Van Basten dotó de un sistema parecido al que revolucionó el fútbol con aquella “Naranja mecánica” de los años setenta, y con una nueva generación a la que acompaña adelante el experimentado Van Nistelrooy, aparece como gran candidato.

No es fácil despachar a los dos finalistas del pasado Mundial con dos goleadas de tres goles de distancia, y con algunos rendimientos superlativos, como el de Engelaar, y con un ataque desvastador tanto por el mencionado Van Nistelrooy como por Van Persia, Kuyt, o Huntelaar, pero pueden llegar desde atrás Snaijder, Robben, Engelaar o Afellay. Lo más destacable es la posición variable de sus jugadores, que pueden aparecer por cualquier zona en cualquier momento, sin perder la técnica.

Holanda aparece como neto favorito ante la sorprendente Rusia, que paradójicamente está siendo dirigida por el experimentado y muy capaz entrenador holandés Guus Hiddink (de gran trabajo ya con Australia en el pasado Mundial, o con Corea en el anterior), y que cuenta con la base de dos equipos que han ganado la Copa UEFA en los últimos años, el CSKA Moscú y el Zenit, aún cuando ha perdido a sus dos delanteros titulares por sendas lesiones.

Rusia, como Italia, comenzó muy mal al perder 1-4 ante España, pero sin que el resultado indicara exactamente lo ocurrido en el campo de juego, y se fue reponiendo, primero venciendo a la floja Grecia, y luego, ya en el final, ganando con claridad a Suecia, a priori la favorita para pasar de grupo junto a España.

El torneo ha dejado también algunas decepciones importantes, especialmente Francia, que como en la primera fase del Mundial, siempre de la mano del polémico Raymond Doménech, no consiguió llegar a posiciones de gol aún con la batuta de su talentoso Ribery, y lo que marca el final de una generación que encumbró al país a los primeros planos, así como República Checa, derrotada en el final por Turquía, y Suecia, la otra gran derrotada, y en la que ni siquiera el genio de Zlatan Ibrahimovic pudo reconducir, como tampoco la experiencia de Henrik Larsson.

Acaso se esperaba más de Polonia, Rumania hizo lo que pudo en un grupo demasiado complicado en el que tuvo sus chances de clasificarse, y los dos locales, Austria y Suiza, tenían muy poco para dar, especialmente los primeros.

domingo, 15 de junio de 2008

La extraña danza de los entrenadores (Yahoo)

Cuando promediaba la temporada 2007/08, pocos imaginaban que José Mourinho no seguiría en el Chelsea, y que sería reemplazado con acierto por el israelí Abraham Grant (despedido por no ganar un torneo de los dos en disputa cuando fue quien colocó al equipo en la pelea por conseguirlos), y menos aún, que para 2008/09 el mismo banco sea ocupado por el brasileño Luiz Felipe Scolari, actualmente en la selección portuguesa que participa en la Eurocopa de Austria y Suiza.

Parece que el verano europeo será movido con los entrenadores pero sin que haya una lógica precisa a la hora de las decisiones sobre “qué se quiere” o “qué se persigue” institucionalmente, o como política de club para esas contrataciones. No parece, en este sentido, que exista una lógica deportiva como la que jugó, por ejemplo, el Real Madrid cuando el presidente Ramón Calderón decidiera prescindir, al final de la temporada 2006/07, del italiano Fabio Capello, aún ganando la liga luego de cuatro años de abstinencia.

En aquel momento, un verano atrás, el motivo de la rescisión del contrato por parte de Calderón sobre Capello (ahora en la selección inglesa) fue que al público del Real Madrid “no le satisfacía” el sistema de juego del italiano, porque estaba acostumbrado a mejores espectáculos. Se puede no estar de acuerdo con una dura decisión y más cuando se consigue el éxito buscado. Pero no se puede negar coherencia en una búsqueda cuando una temporada después, jugando algo mejor, los blancos consiguieron otra liga sufriendo menos y tratando mejor la pelota. Desde y que Capello y Calderón no se dirigen la palabra y que al italiano no le fue nada mal tras su paso por el club blanco. Pero a todas luces, la contratación del alemán Bernd Schuster como entrenador parece acertada.

Si en cambio se analiza la rescisión de contrato de Roberto Mancini por parte del presidente Máximo Moratti en el Inter, el motivo parece menos claro. Hasta hace tres temporadas, el club de Milán llevaba dieciséis años sin ganar ningún “scudetto” y tras distintas pruebas de laboratorio, se optó por contratar a un entrenador joven y que venía con ganas de cambiar los esquemas y apostar al buen fútbol. Perdido por perdido, al menos su equipo jugaría bien y las posibilidades de éxito estarían más cercanas.

La experiencia dio excelentes resultados y si bien el Inter no logró proyectarse internacionalmente y hasta en 2007 se vio opacado por los títulos de Champions League y Mundial de su rival, el Milan, el tricampeonato local (aún cuando el primero fue ganado en los escritorios por la sanción a la Juventus) se consiguió con justicia y generando por primera vez la idea de un poderío que antes no se tenía.

Sin embargo, Mancini no terminó de cerrar su relación con el poderoso magnate Moratti, especialmente cuando estallaron algunos conflictos con jugadores importantes como los portugueses Luis Figo o Maniche, el argentino Hernán Crespo o el brasileño Adriano. Sumado a eso, la sorpresiva eliminación de la Champions League ante un flojo Liverpool y un final dubitativo que fue salvado en los últimos minutos de la liga por dos apariciones del sueco Zlatan Ibrahimovic, terminaron con la paciencia de los dirigentes, que nunca tragaron demasiado cuando al día siguiente de la eliminación ante el Liverpool, Mancini anunció que se iba, para retractarse un día después. El costo comenzaba a pagarse.Desde ese momento, Moratti, con sigilio, comenzó a dialogar con Mourinho hasta lograr su cotizada contratación, aunque esto implique volver a un sistema completamente distinto, más vertical y menos vistoso, aunque con un grupo posiblemente más compactado y con una posible alta inversión en jugadores de alto nivel.

Por el lado del Chelsea, y cuando se hablaba de Mancini o de Rikjaard, la reciente contratación de Scolari muestra otra nueva faceta de criterios para buscar un entrenador, apostando ahora por alguien ligado estrechamente a una marca (Niké, la de los brasileños), y a éxitos de nivel internacional con seleccionados (Brasil y Portugal) y un notable motivador y manejador de vestuarios.

Scolari no viene solo, sino que su llegada implica seguramente que venga acompañada de figuras de la selección brasileña o de la categoría de Deco, quien reemplazaría a Lampard, que a su vez recalaría en el Inter. Pero al menos en el Chelsea prevalece el criterio de la búsqueda de retornar al fuerte carácter del entrenador, aunque con una relación más estrecha con los jugadores que su antecesor, y aún más ganador.

El caso del Barcelona es aún más complejo. La apuesta por el inexperto Joseph Guardiola, emblemático volante de los noventa, es fuerte porque sólo arrastra una muy buena campaña en el Barcelona B en la Cuarta división española, y una buena visión del fútbol pero le tocará formar parte de un contexto de aguas revueltas, con una dirigencia duramente cuestionada por los socios, que acaban de votar una moción de censura contra el presidente Joan Laporta, y con la segura salida de cuatro estrellas como Ronaldinho, Eto’o, Deco y Giovanni.

La salida de Rikjaard, quien manejó bien el vestuario y terminó cerca de todos los jugadores, obecede sólo a la desesperación por ganar en la próxima temporada algún campeonato con un plantel distinto al anterior, menos conflictivo, aunque el perfil de los jugadores sea más bajo y se apueste, por fin, a la figura de Lionel Messi como máximo referente,

domingo, 1 de junio de 2008

La eterna danza de los fichajes (Yahoo)

Comenzaron las vacaciones veraniegas para el fútbol de clubes en Europa, y a la espera de la Eurocopa de Austria y Suiza, con la que finalizará oficialmente la temporada 2007/08, aparecen los primeros rumores y las informaciones sobre fichajes que son los que van a distraer a los aficionados en la larga espera del regreso de los torneos.

Paradójicamente cuanto más dinero se mueve y más movimientos se producen (este verano aparece como especialmente fuerte porque muchos equipos han finalizado un ciclo y habrá cambios importantes de jugadores y rotación de entrenadores), la FIFA acaba de anunciar la disposición para que a partir de 2010 se aplique la regla del “6+5”, que venimos comentando en esta columna, por la que desde ese año en todos los equipos del mundo deberá haber en el campo de juego seis jugadores nacidos en el país al que representa.

Desde ya que han aparecido las primeras voces de protesta, especialmente europeos, al argumentar que esta disposición de FIFA va contra los estatutos europeos de trabajo y circulación de los habitantes de la Comunidad Económica Europea (CEE), que fue lo que desatara en el pasado casos que fueron modificando el esquema del fútbol, especialmente el Caso Bosman hace una década, que derivara en que equipos como Arsenal o Inter llegaran a utilizar once extranjeros en sus equipos iniciales.

Para corregir esa situación aberrante, Joseph Blatter, presidente de la FIFA acude ahora a los máximos dirigentes del fútbol, -a los que derrotó desde el día en que el francés ex jugador Michel Platini ganara las elecciones de la Unión Europea al sueco Stefan Johansson a fines de 2006 siendo Platini alguien cercano a Blatter-, para proponerles “un pacto de caballeros” que comience bajando la cantidad de extranjeros gradualmente, y que en 2010 ya se vuelva a cierta “normalidad” en cuanto a proporción de jugadores nacionales y extranjeros.

De allí que de prosperar esta iniciativa de la FIFA, nos encontramos prácticamente con una de las últimas danzas de pases estivales porque se supone que para el verano de la temporada 2010/11 ya más bien muchos equipos intentarán desprenderse de jugadores, que irán volviendo a sus países de origen.

Entre los equipos que generarán más cambios esta temporada, sin dudas están el Barcelona, luego del fracaso de las dos últimas temporadas, que no sólo finalizó con el plantel diezmado sino con la ida de su entrenador Frank Rikjaard (reemplazado por el ex jugador del club Joseph Guardiola), y los dos clubes de Milán, el Inter (más extraño por ser en la actualidad tricampeón de liga. Pese a lo cual su juego nunca terminó de convencer), con la inminente llegada del portugués José Mourinho, y el Milan, cuyo plantel es muy veterano en promedio y busca afanosamente cambiarlo, aunque no está en dudas la continuidad del entrenador Carlo Ancelotti, con el que fuera campeón mundial en 2007.

En el caso del Barcelona, el cambio propuesto por sus dirigentes será casi total, dando un importante cambio de timón con la casi segura salida de las estrellas de los últimos tiempos, pasando del Dream Team que ganara en París con autoridad la Champions League de 2006, a este lánguido equipo que deambulaba por las canchas españolas. Así es como la ida de Rikjaard se suma a la muy posible de jugadores como Ronaldinho, Deco, Eto’o o Giovanni, Edmilson y Zambrotta, a los que podría sumárseles el mexicano Rafael Márquez.

Será un equipo basado en la figura de Lionel Messi, pese a lo cual ya tuvo una primera polémica con el joven astro argentino, quien privilegió participar en los Juegos Olímpicos de Pekín antes que hacerlo en la previa de la Champions League con el Barcelona, debido al tercer puesto en la liga que no lo clasifica directamente al cuadro principal europeo de la siguiente temporada.

Ya con las incorporaciones cerradas de Keyta y de Piqué, y muy cerca de contratar a Daniel Alves y con la chance de traer al sueco Ibrahimovic del Inter, el Barcelona arma ya otro equipo, totalmente distinto al de los años anteriores, con menos estrellas rutilantes, y más gente formada o ligada al club (Iniesta, Xavi, Puyol. Valdez, Bojan, Piqué, el propio Messi), y algunos jugadores de renombre pero no superestrellas.

El otro gran problema que debe afrontar el Barcelona ahora es la moción de censura del socio Oriol Giralt, que sorpresivamente necesitó muy pocos días para juntar más de 9400 firmas contra el presidente Joan Laporta, lo que prácticamente obliga a convocar a nuevas elecciones que podrían marcar un antes y un después.

En cuanto al Inter, vuelve a aparecer la sombra de inestabilidad sobre su presidente, el magnate Máximo Moratti, quien no contento con las tres ligas seguidas (la primera ganada fuera de los campos de juego por sanción a la Juventud por corrupción), disolvió el contrato con su entrenador Roberto Mancini que era de cuatro años, y en la mitad prefirió indemnizarlo y contratar ahora al portugués José Mourinho, de gran impacto en el Chelsea, y que abre las puertas a entradas y salidas. Entre los que podrían vestir de azul y negro se encuentran varios ex Barcelona como Eto’o y Deco, y Frank Lampard, del Chelsea.

En cambio el Milan no parece correr en la búsqueda de sus objetivos.Adriano Galliani, su presidente que reporta todo al actual mandatario italiano Silvio Berlusconi, parece jugar a la guerra ría con el Barcelona para fichar a Ronaldinho, a la espera de que a último momento, la desesperación de los catalanes termine rebajando el precio de la transferencia, y mientras tanto averigua por otros delanteros y jugadores que sean necesariamente jóvenes, para recambiar su veterano plantel.

El otro gran culebrón del verano será, sin dudas, el del enorme interés y la gran presión que sobre esto está realizando el Real Madrid por contratar al portugués Cristiano Ronaldo, del Manchester United. Este debate entre blancos y rojos ocupará todo el verano y va tomando ribetes de escándalo, al punto tal de que el Manchester estaba ya a punto de exigir un compromiso público de los españoles para no presionar al jugador.

De todos modos, en esta presión que mete el Real Madrid a los jugadores que quiere contratar, siempre participan los medios periodísticos aliados, especialmente los diarios deportivos, que entrevistan a familiares, amigos y compañeros del jugador, que terminan siempre admitiendo que quisiera cambiar de camiseta en la próxima temporada.

El tema Real Madrid-Cristiano Ronaldo-Manchester United aparece como uno de los grandes temas, y nos hace acordar a lo que ocurría años pasados con otras contrataciones blancas como las de Zidane, Figo Beckham, o el mismo Ronaldo.

Es tan duro el tema de los fichajes y cómo todo sube y baja en poco tiempo, que hoy ya para todos, cuando se habla de Ronaldo, la mente nos lleva al portugués, cuando Ronaldos hay otros dos, ambos brasileños, pero ambos también hundidos en el presente de esta máquina de triturar futbolistas que es el actual sistema que Blatter, aunque muy tarde, quiere ahora cambiar lentamente en la FIFA.